No dia 17/11/2024, ocorreu no centro cultural DANNEMMAN no recôncavo baiano, o VIII encontro de filarmônicas de São Félix, promovido pela centenária Filarmônica União Sanfelixta, o evento também já é tradicional pois passou acontecer certamente por influências do que acontecia no FESTIFIR (festival de filarmônicas do recôncavo), que era um evento de grande magnitude e competitivo, sobretudo reunia as melhores filarmônicas da Bahia divididas em dois grupos A e B, a diferença entre os dois eventos é que o encontro da união veio de forma amistosa, mas não deixa de reunir as melhores bandas que na sua grande maioria são centenárias e democraticamente vem abrindo espaço para novas filarmônicas, inclusive as que não tiveram oportunidade de participar das edições anteriores. O ENCONTROSFUS é uma verdadeira riqueza, pois na região todas as filarmônicas preservam o repertório original para execução do próprio seguimento. Nesta oportunidade os adeptos tem o privilégio de escutar compositores como Tranquilino Bastos, Heráclio Paraguaçu Guerreiro, Estevam Moura, Amando Nobre e muitos outros, além dos jovens compositores que vem surgindo nos últimos anos, sendo que neste evento tiveram já algumas edições que foram promovidos intercâmbios de partituras, momento que eram compartilhadas muitas composições recém escrita entre as bandas.
A Filamônica Lyra Popular de Mucugê participou do desfile que antecede aos concertos executando obras do maestro Júlio Cézar, dobrados genuínos escritos na cidade de Mucugê, como forma de representatividade e identidade cultural, uma vez que se sabem que os dobrados escritos na chapada diamantina, tem formatos parecidos com dobrados escrito no recôncavo por exemplo, mas as melodias e contracantos entre essas modalidades tem certas peculiaridades.
No concerto propriamente dito, todos que conhecem a Lyra mucugeense sabem de sua versatilidade no repertório, em todas apresentações ela traz uma novidade e neste evento não foi diferente, preparou um repertório exclusivamente para o encontro de São Félix, onde pode mostrar toda sua movimentação musical, Tocaram pela primeira vez um tema de filme autointitulado Raider’s March, tema do filme Indiana Jones, tambem uma obra do maestro Fred Dantas, chamada Lucatuca, onde se manifestaram talentos através de improvisos de três dos nossos pequenos solistas. A nossa querida filarmônica não deixou de fazer uma hoenagem para a prefeita da Mucugê, executando o Dobrado Dona Ana, composição do maestro Rodrigo Reis, que alega sobre a obra e diz que é uma quebra de paradigma, uma vez que essa modalidade de música sempre foi compostas para homenagear figuras ilustres, políticas e religiosas masculinas. Entretanto também não perderam oportunidade de apresentar seus solos os dois dos músicos da Lyra, o trompetista Fúvio Bastos que é tataraneto do maestro Júlio Cézar e Taylon Emanuel, que solaram lindamente em uma seleção de boleros chamados “inesquecívei boleros”, arranjo de Vivaldo Santana.
Vale salientar que todo esse trabalho e resultado é reflexo de uma preparação direcionada que acontece no ponto de cultura do município, entre aulas e ensaio semanais, um trabalho social de desenvolvimento humano desenvolvido na cidade de Mucugê, os músicos são literalmente formados na escola Júlio Cézar, escola de música da própria Filarmônica Lyra, todos são mucugeenses, onde se profissionalizam para o mercado de trabalho ou uma melhor perspectiva humana.
– Fonte: https://mucuge.chapada.ba/noticias